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GESTÃO EM EMPRESAS FAMILIARES – PARTE 2

ROGÉRIO MACHADO
Proprietário da Agillys Consultores & Associados, mentor, consultor, palestrante, professor e escritor – @rogeriomachadomentor

A inexistência de uma adequada gestão financeira pelas empresas provoca uma série de problemas de análise, planejamento e controle financeiro das suas atividades operacionais, entre os quais cito:

• Não fazer um planejamento estratégico onde estejam contempladas as necessidades de capital de giro, o retorno esperado, os investimentos. Muitos negócios já nascem mortos por falta de planejamento. A maioria das empresas brasileiras morre antes de completar cinco anos de vida.

• Não ter as informações corretas sobre saldo do caixa, valor dos estoques das mercadorias, valor das contas a receber, valor das contas a pagar, volume das despesas fixas ou financeiras etc. Isso ocorre porque não fazem o registro adequado das transações realizadas.

• Não saber se a empresa está tendo lucro, ou não, em suas atividades operacionais, porque não elaboram o demonstrativo de resultados.

• Separar o que é lucro bruto de lucro líquido. O lucro bruto paga todas as despesas e o que sobra depois disso é lucro líquido.

• Não calcular corretamente o preço de venda de seus produtos, porque não conhecem os seus custos e despesas.

• Não estar enquadrado no sistema de apuração de imposto mais adequado ao seu negócio.

• Não conhecer corretamente a origem dos recebimentos, e destino dos pagamentos, porque não elaboram o fluxo de caixa.

• Não saber o valor patrimonial da empresa, porque não elaboram o balanço patrimonial.

• Não saber quanto os sócios podem retirar de pró-labore, porque não estabelecem um valor fixo para a remuneração dos sócios.

• Não conhecer corretamente o custo das mercadorias vendidas, porque não fazem os cálculos dos impactos na aquisição de bens.

• Não saber corretamente o valor das despesas fixas da empresa.

• Não saber administrar corretamente o capital de giro da empresa, porque não conhecem o ciclo financeiro de suas operações.

• Não crescem de forma estruturada, o que compromete o futuro do negócio. Crescem operando com margens de lucro muito baixas, com base em venda por fiado, sem nenhuma garantia de  Recebimento, crescem sonegando impostos. Desta forma, quanto mais as vendas aumentarem, mais perto do buraco o negócio estará.

• Não fazer análise e planejamento financeiro da empresa, porque não tem um sistema de informações gerenciais (fluxo de caixa, demonstrativo de resultados e balanço patrimonial).

 

Conflitos em empresas familiares

Sabe de uma coisa que talvez ninguém te diga, mas faz toda a diferença na gestão dos negócios, a composição societária. A maioria das empresas familiares que conheço, sofrem com desgastes de relacionamento entre os sócios, que muitas vezes também são membros da família. Para que uma empresa dê certo, é mais importante que os sócios tenham competências que sejam complementares do que a amizade. Os diferentes se completam. Descubra em qual área cada sócio pode ser mais produtivo e divida as obrigações. Quando falamos em gestão financeira de uma empresa, por menor que seja, não se pode deixar os processos de lado e um dos mais importantes é ter e acompanhar o fluxo de caixa do negócio, para evitar surpresas. Saiba separar a sua empresa de suas necessidades. Quem tem que ficar bem é a empresa, pois em qualquer situação ela poderá te socorrer e não o contrário. Tenha sempre muita precaução e seja prudente. Gaste sempre menos do que você acha que poderia e nunca avance no capital de giro da empresa, pois talvez você precise recorrer a empréstimos e pague juros que a sua empresa não suportará. Usando o pensamento de Antonio Gramsci, um bom gestor financeiro é sempre cauteloso nas expectativas das receitas, mas otimista na ação. Lembre-se, dinheiro não leva desaforo!

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