Rafael, Cleiton e Eduardo falam da integração das redes Giga e Mercantil
Rafael, Cleiton e Eduardo falam da integração das redes Giga e Mercantil
No Encontro de Parceiros Comerciais do Mercantil Atacado Cencosud, realizado na sede da Abase, a Super Revista conversou com Rafael Mussnich, diretor-geral cash & carry Cencosud, Cleiton Parente, gerente regional do Mercantil Atacado, e Eduardo Wanderley, diretor de operações do Mercantil Atacado. Rafael Mussnich falou da integração do Giga Atacado e o Mercantil Atacado. “Deixamos de falar de dez lojas no Nordeste e onze lojas, em São Paulo, e passamos a falar em 21 lojas do nosso cash & carry, mas preservando muito a regionalidade”.
Cleiton Parente, além de falar sobre os quatro pilares defendidos pelo Grupo Cencosud: Velocidade, Transparência, Respeito e Win Win, contou um pouco sobre a identificação da marca Mercantil Atacado com a Bahia. “A gente tem uma história belíssima no Mercantil. Acho que o Mercantil é um patrimônio da Bahia. Quando você fala em Mercantil o baiano se identifica com a marca.
Eduardo Wanderley ressaltou que a operação do Giga e do Mercantil já é muito parecida, são modelos de cash & carry raiz. “Basicamente em nível de modelo, somos muito similares. Lógico que a gente tem um tema regional que precisa ser seguido. São Paulo, tem alguns hábitos e, aqui na Bahia, temos outros. A priorização vai acontecer no nosso modelo de negócio padronizado respeitando sempre a sua regionalidade”.
Rafael Mussnich – Diretor-Geral
Benneh Amorin – Fale um pouco sobre a integração destas duas Bandeiras Giga Atacado e Mercantil Atacado do Grupo Cencosud?
Rafael Mussnich – Primeiro de tudo é um prazer estar contigo aqui na sede da Abase, obrigado pela presença em nosso evento, o que nos envaidece bastante. Estar com os nossos fornecedores e parceiros aqui na Bahia é superimportante para nós. É um momento especial do cash & carry dentro do Grupo Cencosud. É um formato que o grupo vem investindo e acreditando bastante no Brasil. O Giga Atacado foi adquirido há praticamente dois anos, em meados de 2022, uma bandeira muito forte no cash & carry, em São Paulo. E o Mercantil Atacado, já com uma trajetória de Cencosud mais longa aqui no nordeste do Brasil, em particular Bahia e Sergipe, em um formato que a gente acredita demais dentro do Brasil. O movimento que estamos formalmente fazendo de integração dos nossos negócios, buscando sinergias e um modelo de negócio de cash & carry único dentro do grupo e uma plataforma para um cash & carry nacional cada vez mais dentro do Grupo Cencosud, é muito especial. Esse é o primeiro passo que a gente está dando, integrando as operações do Mercantil e do Giga. Deixamos de falar de dez lojas no Nordeste e onze lojas, em São Paulo, e passamos a falar em 21 lojas do nosso Cash e Carry, mas preservando muito a regionalidade. O Brasil é um país de dimensões continentais, características muito diferentes entre as regiões e isso o Cencosud sempre prezou e continua prezando em todos os formatos, não só no cash & carry, a exemplo do G Barbosa, na Bahia e Sergipe, o Bretas, em Minas Gerais e Goiás, o Prezunic, no Rio de Janeiro, fora toda a presença na América Latina e nos Estados Unidos. O grupo Cencosud tem essa característica muito assertiva, de respeitar a regionalidade e os formatos, buscando atender o cliente da melhor forma possível. É uma operação muito potente global, mas com olhar regional. Isso torna essa operação muito potente, esse olhar regional e não só o regional, mas os formatos, respeitando muito a característica dos formatos de negócio que temos entre toda a geografia que abrangemos.
BA – Para esse número imenso de fornecedores que atenderam o pedido da Cencosud aqui em Salvador e na Bahia, você falou que levou uma frase para o Conselho no Chile, em Santiago, dizendo: clientes e fornecedores para nós tem o mesmo peso. Me fale um pouquinho da importância dessa relação?
RM – Eu falei que a gente trouxe aqui muito do nosso DNA, da nossa característica do Giga Atacado, agora Mercantil Atacado como um cash & carry nacional, e brinquei que muito do material que apresentamos aqui para o público externo, mostramos também internamente. Então, a frase era mais ou menos assim: “Fornecedores são tão importantes quanto os nossos clientes”. Na verdade, os fornecedores são um meio para que a gente consiga atender o nosso cliente da melhor forma possível, sempre trabalhamos e temos essa filosofia de trabalhar com o fornecedor muito próximo, entendendo as dores, sendo o nosso parceiro e buscando crescer juntos, porque no final o crescimento de um leva o crescimento do outro. A nossa filosofia de trabalho sempre foi essa. Ter os fornecedores muito próximos, buscar falar a mesma língua e o que é importante para o nosso formato, sabemos da importância enorme que o nosso canal de cash & carry tem para os fornecedores e cada vez maior a penetração nos lares. A gente consegue junto somar forças para atender da melhor forma possível o cliente. O nosso Grupo sempre trabalhou assim e seguirá pensando numa proximidade com o fornecedor muito grande para fazer bons negócios para todo mundo.
BA – O que o consumidor pode esperar lá no chão de loja, no ponto de vendas?
RM – É natural no nosso canal que o consumidor, seja ele, o consumidor final ou o comerciante, o transformador e o atacadista, que consiga perceber o valor que ele está buscando, obviamente, o nosso canal tem uma característica de abastecimento maior, é um cliente que busca essa compra do abastecimento. Mas temos um foco também muito forte no perecível, uma característica do Mercantil aqui no Nordeste e também do Giga, que já tinha muito foco nos perecíveis em hortifruti, uma atuação que faz o cliente frequentar a nossa loja com mais assiduidade. O cliente pode esperar, primeiro, uma experiência de compra muito boa. O que ele busca em termos de preço, de sortimento e de competitividade, uma característica nossa, mas acima de tudo, uma boa experiência de compra, que ele se sinta bem na nossa loja e encontre tudo que precisa ao preço justo. Que tenha uma experiência de compra mais agradável possível. Acho que essa é a nossa grande missão como empresa. Estava com fornecedores falando muito da área comercial, mas eu acredito muito como empresa que a gente precisa funcionar mirando o cliente, seja nas operações, seja no comercial ou áreas de apoio. Como empresa a gente tem que pensar o atendimento da melhor forma possível para o nosso cliente, na hora da verdade no piso, onde as coisas acontecem de verdade.
BA – E o fornecedor é muito importante nas suas promoções e nas degustações. Isso é fundamental para o fortalecimento do negócio?
RM – É claro. Temos também que entender que participamos hoje de geografias e realidades socioeconômicas muito distintas. Entender o que é valor para esse cliente. Operar com um olhar local, cada loja com a sua realidade e o que é importante para ela funcionar, o que o cliente percebe de valor no nosso negócio. Portanto, é uma atenção aos detalhes. Acho que o varejo, em particular, o Cash & Carry, é feito de detalhes e muita simplicidade nas coisas. É como gostamos de trabalhar: com muita atenção aos detalhes para atender o cliente da melhor forma possível.
BA – Agora vou fazer uma provocação. Na sua exposição você falou o seguinte, claro, com respeito aos concorrentes, que não é de fugir de briga. Comente essa frase?
RM – Isso é uma realidade do nosso negócio. A gente respeita muito a concorrência, acho que o mercado é um mercado altamente competitivo como tem que ser, mas é como a gente fala internamente: tem que ser bravo e tem que ser valente. Com muita convicção do que a gente precisa fazer dentro da nossa proposta de valor muito clara para atender o cliente da melhor forma possível, e, muita bravura e coragem, para operar num mercado que é muito competitivo com grandes e bons concorrentes que a gente respeita, interage e se conhece muito bem. Batalhamos pelo nosso espaço no mercado e acredito que temos uma proposta muito boa para o nosso cliente. Comprovamos isso no dia a dia dos nossos negócios, seja, em São Paulo, ou aqui no Nordeste, seguindo essa jornada de atender bem e continuar crescendo os nossos negócios.
BA – Percebemos que essa é uma característica do grupo Cencosud.
RM – Sim, a espontaneidade. Eu acho que esse jeito de ser a gente não perde. O Cencosud é uma corporação, uma empresa muito grande, tem toda a governança de capital aberto no Chile, obviamente, isso requer muitas coisas, mas não perder esse jeito de ser e de estar próximo das pessoas, junto da equipe e dos fornecedores. A simplicidade no dia a dia, acho que isso é um recado potente e muito importante para os nossos negócios. O nosso negócio é feito de gente, enquanto a gente conversa aqui tem milhares e milhares de pessoas nas lojas fazendo as coisas acontecerem nos nossos escritórios. E essas pessoas têm que estar com a tatuagem muito forte do nosso negócio. Cencosud é uma empresa muito forte em cultura, assim como o Giga, que se incorporou ao grupo há quase dois anos, isso precisamos valorizar e reconhecer, o que nos deixa muito felizes.
BA – Você falou uma palavra específica chamada ‘gente’. Marcelo Silva, que hoje é vice-presidente do Conselho da Magalu, da Magazine Luiza e também foi diretor do grupo Bompreço há muito tempo, em entrevista à Super Revista, falou sobre o seu livro “Gente não é salame”. As pessoas não são como salame, que é fatiado. Ou seja, cada um tem a sua característica. Essa é uma importância muito grande que o Grupo Cencosud também atribui não só as pessoas externas, os clientes e fornecedores, mas também seu pessoal interno. Não é isso?
RM – Sem dúvida, é através das pessoas que fazemos as coisas acontecerem. A gente é uma empresa de uma cultura muito forte e, acima de tudo, com o respeito às pessoas e a valorização das pessoas. De fato, somos uma equipe, uma empresa que preza por ter bons profissionais com valores acima de tudo, deixar essas pessoas mais confortáveis e felizes possíveis, trabalhando numa empresa que proporciona crescimento, mobilidade e oportunidade. Esse é o pilar fundamental do negócio, quando a gente vem aqui falar de cash & carry, evidentemente, falamos dos pilares do negócio, mas, no fundo, antes de qualquer coisa, vem gente. Gente identificada com a empresa. E como trabalhamos com muitas pessoas, queremos que todos tenham essa característica e que tenham o orgulho de pertencer. É algo que se tem que sentir, mais do que palavras, é o sentimento.
BA – Me fala um pouco sobre a marca Cencosud global e as marcas que fazem parte do Grupo?
RM – O Cencosud é um grupo muito potente, que tem negócios em vários países da América Latina e nos Estados Unidos, em formatos muito diferentes. No Brasil, a gente opera supermercados e cash & carry, mas quando a gente vai para o Chile, operamos não só supermercados, mas também shopping center, casas de material de construção e outros negócios do segmento. O Cencosud é um grupo que tem uma vocação de trabalhar muito bem. Diferentes formatos de negócio e regionalidades e com uma característica muito forte, principalmente, no que diz respeito ao supermercado, cash & carry e na parte de desenvolvimento de perecíveis. Poderia lhe dizer multiformatos, multipaíses e multiregionalidades, uma mescla de negócios muito distintos e de culturas muito distintas, mas que no final do dia tem uma identidade muito grande.
BA – Me fale um pouco sobre tecnologia e o futuro dos supermercados e do próprio cash & carry?
RM – Esse é um tema muito instigante e acho que a cada dia aprendemos muito mais. O cash & carry ainda é um formato um pouco mais bruto, mas a gente tem investido. O Mercantil já tem uma penetração de e-commerce bastante interessante, quando olhamos para o formato de cash & carry. Acredito que o mercado está nos apresentando uma série de tecnologias diferentes e, no grupo Cencosud, posso falar especificamente de algumas bandeiras nossas, a exemplo do Prezunic, no Rio de Janeiro, que opera com o nível de identificação de clientes fazendo lives, clube de fidelidade, enfim, diferentes tecnologias que apoiam a fidelizar o cliente para que ele possa comprar por diferentes canais e ocasiões de consumo. Quando falamos de futuro e tecnologia do varejo são temas que poderia ficar horas e dias a fio aqui discutindo. Realmente é um mundo muito diferente que podemos experimentar, principalmente, agora, com a inteligência artificial chegando e uma série de outras frentes tecnológicas. Acho que o varejo vai passar por uma grande transformação no futuro próximo, mas acredito muito que a interação entre as pessoas segue sendo um ponto fundamental. É da nossa natureza, a tecnologia tem que se incorporar a isso, proporcionar uma experiência de compra diferente para que o cliente consiga ter acesso a multicanais, mas que no final do dia ele tenha os seus desejos e as suas necessidades supridas. Eu acredito muito na tecnologia como um apoio e um suporte absolutamente relevante às relações humanas. Estamos conversando próximo do outro, olho no olho, isso tem um valor grande. Mas, obviamente, a praticidade e a comodidade que a tecnologia vai trazer para as ocasiões de consumo é fundamental. Portanto, acredito muito que a gente verá uma transformação nos próximos anos muito forte no varejo.
BA – Uma das coisas que foi acelerado muito com a pandemia é que muitas empresas começaram a atuar como delivery, algumas já tinham timidamente. Acredito que o cash & carry não é diferente. Fale-me de uma maneira global como é que você observa essa questão do crescimento do delivery nos canais tradicionais?
RM – Acredito que isso está muito associado ao que o cliente busca como conveniência. A pandemia acelerou e nos jogou de forma forçada em alguns casos a entregar um nível de serviço de conveniência e de comodidade para o cliente, que naturalmente se incorpora no dia a dia aos hábitos de consumo. O mercado do delivery cresceu e cresce ainda muito. As pessoas hoje têm cada vez menos tempo entre trabalho, cuidar de família e tudo mais. O tempo acaba ficando muito escasso e a conveniência acaba sendo um fator superimportante na vida das famílias. Eu vejo isso dentro de uma mudança de hábito que se põe na sociedade de forma geral e os diferentes canais precisam encontrar os caminhos e se adequar dentro da sua proposta de valor, dentro daquilo que é o valor que o cliente percebe na entrega, seja do varejo ou do cash & carry. Como que a gente consegue entregar um nível de serviço para o cliente, coerente com aquilo que a gente tem de proposta de valor e que o cliente valorize no negócio? Acredito que essa parte de conveniência e comodidade cresceu muito com a pandemia e veio para ficar, não tem dúvida, e vai muito de encontro a esse ritmo alucinante que a gente tem na sociedade hoje, seja somente do ponto de vista profissional ou pessoal. O tempo é cada vez mais apertado para as pessoas. Portanto, é encontrar os melhores caminhos para conseguir fazer isso de uma forma sustentável.
BA – O que os fornecedores podem esperar do Cencosud?
RM – Os fornecedores podem encontrar no Cencosud um grande parceiro no final. O fornecedor é absolutamente importante para a gente e para os nossos clientes, sem eles não vamos a lugar nenhum. Ter no Cencosud, realmente, um parceiro de negócios, e assim fazer bons negócios para todos em diferentes formatos e nas diferentes regiões que atuamos. Conseguir crescer juntos e elevar uma solução para os nossos clientes nas diferentes ocasiões de consumo, nos diferentes formatos e nas diferentes regiões. Contem conosco, sempre.
BA – E qual a mensagem que você passa para os consumidores brasileiros?
RM – Encontrar nas nossas quase 400 lojas que a gente tem no Brasil a melhor experiência de compra, dentro daquilo que for a proposta de valor. Temos diferentes formatos em diferentes regiões, mas que consigam encontrar na nossa loja aquilo que vocês clientes buscam como melhor proposta de valor e ocasião de consumo. Encontrar no Cencosud nas diferentes bandeiras que temos: Giga, Prezunic, Bretas, GBarbosa, Mercantil e Perini, as melhores soluções para o abastecimento, seja no consumidor final ou nos milhares de comerciantes transformadores que a gente atende todos os dias no Brasil.
Cleiton Parente – Gerente Comercial
Benneh Amorin – Fale-nos um pouco do novo momento Mercantil Atacado?
Cleiton Parente – Estou muito feliz em estar aqui na Bahia e amo essa terra. Cada vez que tenho um convite para voltar à Bahia fico mais feliz, além de que o meu filho é soteropolitano, ou seja, eu tenho uma alma aqui. Eu gosto do povo baiano, da culinária e da cultura baiana, portanto, sou baiano de coração. Quando o Mercantil fez a proposta para que viesse construir esse novo momento fiquei muito feliz, porque tenho uma identificação com a Bahia e com o cash & carry, que é um negócio que gosto de mexer e que acredito, além de que os valores que o Mercantil propôs são exatamente os valores que acredito. Tive a liberdade total para construir a minha plataforma de negócio. Desta maneira, vim para o Mercantil porque acredito que faremos muita diferença.
BA – Sobre a intervenção dos quatro pilares no negócio que você defende. Fale aqui para a Super Revista sobre essa sua visão?
CP – O primeiro pilar que tratamos no Encontro com os nossos parceiros e o mais importante foi o da Velocidade, porque no cash & carry os negócios são muito rápidos. Às vezes você tem um negócio agora e também a proposta. Se você não der a resposta rapidamente, a proposta vai para um outro lugar. O fornecedor tem um time e um momento. No cash & carry, mais do que em qualquer outro lugar, a velocidade é fundamental, e no Mercantil faremos a velocidade acontecer de uma forma assertiva. Trouxe a proposta, corrige e já coloca o negócio para executar. O nosso negócio vai ser velocidade, um dos principais pilares do Mercantil. O segundo pilar que defendemos é a Transparência. As pessoas têm que entender da importância deste pilar e fazer as coisas com transparência. Não tem mais tempo de carta na manga. Isso acabou. Hoje há transparência porque todo mundo tem informação, tem a Nielsen, o mercado aberto e o Shopping Brasil. Todo mundo ampliando as informações porque a transparência é muito importante. O terceiro pilar que vamos trabalhar é o Respeito. Fico triste quando vejo ainda acontecer, em menor escala bem verdade, os profissionais fornecedores que ficam duas, três e até quatro horas mofando em sala de espera, acho isso uma falta de respeito com o profissional. Outra falta de respeito, fechar o negócio e não cumprí-lo. No Mercantil sempre teremos muito respeito com as pessoas. Por fim, o nosso quarto pilar, o principal de todos Win Win, o ganha ganha. O negócio só vai ser bom se for bom para o Mercantil e bom para o fornecedor. Se ambos saírem ganhando, ótimo. Se um dos dois não sair ganhando, temos que pensar o que aconteceu de diferente, renegociar, repactuar e fazer com que a coisa aconteça, porque se o negócio for ganha ganha a coisa vai para frente. Mas se um ganhar e o outro perder nunca mais vai acontecer. São esses os quatro pilares que o comercial Mercantil vai trabalhar a partir de agora: Velocidade, Transparência, Respeito e Win Win.
BA – Como acontece a integração com a sua equipe do comercial com os fornecedores no dia a dia?
CP – Tem duas coisas que eu quero ressaltar. A primeira, é que trouxemos aqui um grupo seleto de fornecedores, gostaria de trazer todos, mas pela abrangência do negócio esses que vieram aqui para o Encontro Mercantil Atacado são aqueles que fazem maiores negócios com o Mercantil, não que os outros não sejam importantes, mas nesse momento os maiores negócios estão aqui. A gente convidou esses fornecedores e ficamos felizes pela presença que foi muito boa. Cada dia que passa a gente tem percebido que esses fornecedores têm sentado com os nossos compradores. A nossa equipe tem entendido a visão e o recado que estamos dando e esses quatro pilares que são muito claros na cabeça dos nossos compradores. E se alguém não se adequa a isso, nós vamos corrigir essa pessoa e vamos formar novamente. Tem que ser dessa forma para que o fornecedor consiga encontrar no comprador a essência do Mercantil. Aquilo que estamos ensinando e cobrando, o comprador tem que fazer exatamente assim.
BA – Fale-nos um pouco sobre a integração do Mercantil Atacado e o Giga Atacado, agora somando 21 lojas com a integração das unidades do Nordeste e em São Paulo?
CP – Tivemos alguns fornecedores, inclusive aqui na reunião de hoje, que me pediram o contato de Paulo, do comercial do Giga. Paulo e eu conversamos quase todos os dias. Eu estarei fazendo uma ponte para levar fornecedores daqui da Bahia ou de outras regiões do Nordeste para vender em São Paulo. Isso é uma forma de expandirmos. Somos aqui dez lojas do Mercantil e onze lojas do Giga, que é gigante. Vamos integrar essas 21 lojas de forma que possamos identificar oportunidades e usar essas oportunidades em prol do fornecedor.
BA – Rafael Mussnich disse uma frase em sua palestra, que com todo respeito que se tem pelos concorrentes no mercado, ele não é de fugir de briga. O comercial Mercantil também tem muito dessa coisa de trazer bons negócios não só para a indústria, mas também lá na ponta no consumidor final?
CP – Tem um ditado nordestino muito conhecido que diz: ‘dou um boi para não entrar numa briga. Mas dou uma boiada para não sair dela’. Então, a cultura do Mercantil é essa: nós não queremos entrar em briga, mas se começarem a briga, vamos brigar, porque também somos aguerridos. Não somos grandes, mas somos valentes. Porém, queremos que todo esse embate, resulte em melhoria para os consumidores e para os nossos clientes porque queremos o melhor negócio para eles. É assim que vamos construir o novo Mercantil.
BA – Nesse novo momento do Mercantil, qual é a mensagem que você passa para os fornecedores presentes e de todo o Brasil, e para os futuros clientes consumidores que frequentam as lojas do Cencosud?
CP – A gente tem uma história belíssima no Mercantil. Acho que o Mercantil é um patrimônio da Bahia, quando você fala em Mercantil o baiano se identifica com a marca. Quando o Cencosud veio adquirir o grupo fez questão de manter toda a regionalidade, a essência, a comunicação e a marca, porque é uma marca baiana. Queremos fazer com que essa marca baiana seja muito relevante porque não queremos que ninguém venha tirar isso que é da Bahia, porque o que o baiano tem de importante, de bonito e de cultura continuará sendo do baiano.
Eduardo Wanderley – Diretor de Operações
Benneh Amorin – Me fale um pouco sobre o setor operacional neste novo momento do Mercantil Atacado?
Eduardo Wanderley – Basicamente é o cash & carry, é executar aquilo que o comercial negociou bem feito na loja e, por isso, a gente preza muito que aconteça de forma rápida e com a qualidade que o fornecedor merece. Então, basicamente, o que a gente está fazendo é trocando esse formato para que aquilo que aconteça na mesa de negociação, efetivamente aconteça na loja e possa ser percebido pelo cliente. Esses são grandes objetivos que vamos trabalhar daqui para a frente. Não adianta ter uma boa negociação e não ter uma execução perfeita.
BA – Inclusive você falou na sua explanação no encontro de backlight e de ponta de gôndola para poder dar uma visibilidade maior para o consumidor?
EW – Claro, os pontos extra que falamos no cash & carry, temos basicamente três: o Backlight, que é uma exposição fixa durante um período extenso; as Ilhas, que são terminais que podem acontecer em uma situação mais promocional ou sazonal e, as Exposições, que fazemos na própria gôndola, dando um espaço, um detalhamento melhor e uma comunicação diferente. Ou seja, os fornecedores têm que aproveitar esses três meios para poder dar o destaque naquele produto ou naquela ação que ele está fazendo para aquele período específico. Esse é o grande objetivo: as negociações serem executadas e, na loja, a gente conseguir, além de executar essa negociação, também mostrar aquilo que o fornecedor tem de portfolio e de ações de trade marketing e marketing dentro da loja.
BA – Você falou uma coisa muito importante a partir desse novo momento Giga e Mercantil, que é a padronização de cada loja, tendo a mesma estrutura. Me fala sobre essa padronização?
EW – A operação do Giga e do Mercantil já é muito parecida, são modelos de cash & carry raiz, ou seja, nós estamos falando de lojas que tem pé direito alto e outras características parecidas. Basicamente em nível de modelo, somos muito similares. Lógico que a gente tem um tema regional que precisa ser seguido. São Paulo, tem alguns hábitos e, aqui na Bahia, temos outros. A priorização vai acontecer no nosso modelo de negócio padronizado respeitando sempre a sua regionalidade. Nós nordestinos temos hábitos que são bastante diferentes de São Paulo e não posso deixar isso passar nas nossas operações. A gente tem que explorar bem a nossa regionalidade que tem características de categorias de segmentos de produtos, que aqui preciso dar uma diferenciação em relação a São Paulo. Mas em todo resto de caixa da loja tem que ser muito parecido para a gente atuar nacionalmente.
BA – Em termos de expansão, o que você tem a falar para o público?
EW – Recentemente, inauguramos duas lojas e reformamos cinco lojas, ou seja, praticamente do portfolio das nossas dez lojas, oito são recentes, inauguradas ou reformadas. Para o ano de 2028, temos a perspectiva de uma operação mais robusta aqui no Nordeste, mas são planos ainda para o futuro. Planos estratégicos que a gente não pode adiantar ainda, mas enfim, queremos crescer muito no formato de cash & carry seja em São Paulo ou aqui no Nordeste.
BA – Qual a mensagem que você deixa através do Cencosud para os fornecedores em nível global e para o consumidor final?
EW – Primeiro, quero falar com os nossos fornecedores, que são grandes parceiros. Que eles continuem com essa parceria para proporcionar para o cliente que entra nas nossas lojas uma boa experiência, tendo todos os produtos e uma excelente precificação e, também, desejar que nos apoiem nesse novo momento. A gente sabe o quanto esse setor é difícil, duro e competitivo, mas somos um player, como bem o Cleiton Parente falou: a gente gosta de vender barato, com qualidade e não gostamos de brigar. Mas se a gente tiver que brigar a gente briga. Estamos aqui para isso e somos um grande player, exatamente com essa mentalidade e os nossos parceiros sempre têm trazido excelentes negócios. Para os nossos clientes, quero dizer que temos uma estrutura agradável e uma loja cash & carry moderna. Eles podem ir na nossa loja e comprar todos os produtos com o melhor preço possível e da melhor qualidade. Quero desejar a todos os clientes, sejam eles, cliente final, dona de casa e comerciantes ou donos de loja de pequenos mercadinhos e os transformadores, que compram um produto para transformar em outro. Hoje, sabemos que depois da pandemia aconteceu um boom de novos transformadores, pessoas que decidiram empreender, e o Mercantil é uma opção para que você compre seus produtos e empreenda cada vez mais e melhor. Prezamos sempre pela sua economia. Venha para o Mercantil.