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Há 18 anos iniciou a MML Hortifruti, depois agregou toda a família ao negócio de sucesso

Michel Lobo, fundador da MML Hortifruti, conversou com a Super Revista sobre os 18 anos de empresa e como começou a sua história no empreendedorismo no mercado de frutas e hortaliças na Bahia. “O nosso negócio de hortifruti fui eu que comecei de fato e vim primeiro. Em seguida, veio a minha família, hoje todo mundo trabalha junto. Mas lá atrás, meu avô Ismério Lobo trabalhava no Ceasa somente com bananas. No interior, meu pai e meu tio também trabalhavam com a produção de bananas, ou seja, a família é mais centrada na parte de bananas. Nós demos uma diversificada, mas foi um reflexo, veio todo mundo junto, copiando o meu avô”, enfatizou.  Disse ainda Michel Lobo que o segredo de trabalhar com hortifruti requer muita dedicação. “Tem que abrir mão de muito tempo, tem que se empenhar muito, é muito dinâmico.  Você não pode ter muito no estoque e não pode ter pouco. Se tiver muito, vai sobrar, vai vender barato, e se tiver pouco, vai ter que comprar na praça, vai perder margem. Temos que trabalhar mesmo bem equalizado, todo o time, desde a expedição, compra, todo mundo tem que trabalhar equilibrado”.

 

Super Revista – Como começou a sua história de empreendedor e a criação da MML Hortifruti?

Michel Lobo – Em primeiro lugar, quero lhe agradecer pela oportunidade de estar aqui presente, podendo compartilhar com vocês um pouco de nossa história. Resumidamente, a nossa história começou em 2006, onde eu vim aqui pra Salvador apenas com R$ 190,00 no bolso. Quando comecei a trabalhar, estava com apenas R$ 10,00. Era um sábado, dia 23 de setembro de 2006. O meu tio colocou para eu vender oito caixas de bananas, ele trabalha no regime atacadista: vende para o feirante, o feirante vende o produto e depois repassa, e assim foi feito comigo. Ele colocou naquele dia oito caixas e nesse mesmo dia eu vendi a banana, que era para vender na segunda-feira, que é o dia da Feira. No sábado, consegui vender rápido e ganhei R$ 70,00. Pensei: melhorou o capital de giro! Estava com R$ 10,00, depois R$ 80,00. E assim viemos trabalhando na “pedra” (trabalhando duro no dia a dia) de 2006 até 2010.  Em março de 2010, compramos o primeiro box no Ceasa. Nesse período, a minha mãe morava no interior ainda, Carine morava com o meu tio e Ricardo com a minha mãe no interior. Vimos que não tinha mais sentido morar separados e fomos morar todos juntos. Alugamos uma casa no Povoado Pitanguia, Quilombo Pitanga dos Palmares, na Região Metropolitana de Salvador, lembro como se fosse hoje, um aluguel de R$ 600,00, juntamos todo mundo e começamos a trabalhar. No decorrer do tempo, a minha mãe viu a necessidade de ir me ajudar na Feira do Ceasa. Passado dois meses, ela começou a ir todos os dias, e até hoje ela vem com frequência, indo de domingo a domingo. Eu falava: mãe, vai descansar que hoje não precisa vir que estarei lá.  Demorava 10 minutos, ela chegava com uma sacola de pão e uma garrafa de café quentinho. E assim foi até 2010.  Minha irmã Carine estudava Odontologia e depois fez pós-graduação, e mesmo assim trabalhava um turno na parte de financeiro, organização e faturamento da empresa. Depois que formou continuou a trabalhar em definitivo. De 2010 até 2018, ficamos nesse mesmo box, e em 2018, compramos um box maior, que é onde fica a loja da RML hoje. Começamos a trabalhar nesse mesmo espaço, mas teve um momento que não tinha mais condições de trabalhar porque estava muito apertado. Em novembro de 2023, compramos o CD, no CIA, em Simões Filho, e, em janeiro, começamos a trabalhar na reforma, e em agosto deste ano nos mudamos.

SR – Michel, tem algum familiar que já trabalhava com hortifruti ou foi você que teve a iniciativa?

ML – O negócio de hortifruti fui eu que comecei de fato e vim primeiro, mas em seguida, veio a minha família, hoje todo mundo trabalha junto. Mas lá atrás, meu avô trabalhava no Ceasa somente com bananas. No interior, meu pai e meus tios também trabalhavam com a produção de bananas, ou seja, a família é mais centrada na parte de bananas. Nós demos uma diversificada, mas foi um reflexo, veio todo mundo junto, copiando o meu avô, e assim, a família toda foi fazendo igual o que meu avô fazia, se adaptando de uma forma diferente e cada um conquistando seu objetivo.

SR – Qual o segredo para trabalhar com hortifruti, que são perecíveis e requer bastante cuidado. Como fazer para manter essas frutas e fazer a sua entrega nos supermercados?

ML – O segredo é muita dedicação, tem que abrir mão de muito tempo, tem que se empenhar muito, é muito dinâmico.  Você não pode ter muito no estoque e não pode ter pouco. Se tiver muito, vai sobrar, vai vender barato, e se tiver pouco, vai ter que comprar na praça, vai perder margem. O mercado está acirrado hoje, não conseguimos trabalhar de uma forma que não seja com uma sintonia bem feita, senão você vai perder ou vai comprar caro.  Então, como está acirrado, com uma margem muito apertada, temos que trabalhar mesmo bem equalizado, todo o time, desde a expedição, compra, todo mundo tem que trabalhar equilibrado.

SR – Com relação ao trabalho de logística desenvolvido pela MML Hortifruti. O que fazer para atender aquele cliente que precisa das frutas e/ou hortaliças com mais urgência? 

ML – Têm clientes que passam o pedido à tarde para receber no outro dia pela manhã bem cedo, um mix de 100, 120 ou 150 itens.  Para isso temos que estar com o caminhão liberado também já bem cedo. Portanto, pedimos a colaboração dos nossos clientes para fazer o pedido com antecedência para nos organizar melhor. Quando tem uma eventualidade, às vezes o cliente esquece de passar o pedido e somente passa à noite, mas quer a sua entrega bem cedo. É por esse motivo que temos de estar com o estoque bem regulado e se virar nos 30. O segredo é esse, se virar nos 30.

SR – Qual a sua avaliação do mercado de hortifruti na Bahia e em Sergipe?

ML – É um mercado que sempre estar vivo, a competitividade nasce nele, porque o hortifruti é um termômetro, é um chamariz de clientes de loja. Todo mundo está focado e cotando, olhando quem está vendendo melhor, a mercadoria que perde menos, que tem um preço mais acessível e melhor prestação de serviço. Nós temos uma grande prestação de serviço, é um diferencial nosso, então é um mercado que é extremamente vivo. Costumo falar: a gente tem que estar conversando com o hortifruti. Se você for ali e voltar, às vezes, a gôndola já está de uma forma diferente, por vários motivos. É muito perecível e também porque o cliente manuseia e na hora de escolher faz uma bagunça. Portanto, temos que estar com a reposição instantânea, porque de fato é bem delicado trabalhar com hortifruti.

SR – Quais os locais que abastecem a MML Hortifruti e o diferencial da empresa? 

ML – Compramos em todo o país e agora também estamos importando. Trazemos aqui para o CD, fazemos a análise de qualidade e a separação das frutas e hortaliças para atender o cliente. Do CD, enviamos para todos os lugares. O diferencial da MML Hortifruti é o nosso serviço. Não vendemos só o produto, vendemos o produto e o serviço. Enxergamos que há uma responsabilidade de toda a cadeia do produto, ou seja, não nos livramos do produto a partir do momento que vendemos. Ao contrário, queremos vender e arrumar na gôndola do cliente. Queremos que o cliente e o consumidor final levem para casa e façam um bom proveito do fruto, não simplesmente porque vendemos e faturamos. Queremos sim acompanhar toda a cadeia. Muitas vezes os consumidores postam no Instagram, nos parabenizando pela qualidade dos produtos. Havendo algum problema com as frutas ou hortaliças, fazemos a sua reposição, porque muitas vezes não é um problema da fruta, é um problema de armazenamento, mas tudo está na responsabilidade do fornecedor e nosso intuito é também corrigir todos os erros.

SR – Quantos empregos diretos estão sendo gerados com o novo CD?

ML – Aproximadamente 350 empregos diretos, e os indiretos, esse número triplica, a exemplo temos os diversos prestadores de serviço.

SR – Michel, qual a sua avaliação do ano de 2024 e quais as perspectivas para o ano de 2025?

ML – O ano de 2024 foi um ano muito atípico. Viemos de um crescimento e também de uma mudança de sede. Saímos de um espaço com mais ou menos 1 mil m² para vir para um espaço de sete mil m² de área coberta e 33 mil metros de área total. Hoje, ainda estamos nos readaptando, apesar de dominar o segmento, é tudo muito novo. Tínhamos antes um grande problema porque o espaço era muito pequeno, e agora, o problema é que o espaço é grande demais. Tudo é muito longe, se você não otimizar a mão de obra, você vai perder muito tempo. Portanto, estamos nos qualificando cada vez mais e investindo a todo o tempo. Já o ano de 2025, é o ano que vamos para cima do mercado, buscar clientes e, com a permissão de Deus, vamos crescer muito.

SR – A MML Hortifruti atende a qual público do setor?

ML – Atendemos as grandes e pequenas redes de supermercados e o nosso foco agora é o mercado de pequenas redes do interior da Bahia e Sergipe.