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Eliana Santos lidera na São Roque um time de mulheres guerreiras e empoderadas

Empresária de sucesso, nascida em Pé de Serra, trabalha desde os 10 anos, lidera a Rede de Supermercados São Roque e Distribuidora São Roque – DSR, acaba de ganhar o Prêmio Mulher Guerreira

Nesta entrevista à Super Revista, conduzida pelo editor Benneh Amorin, Eliana fez questão de juntar as irmãs (Paula, Joana, Cláudia, Carla e Andréa), irmão (Roque Eudes), sobrinho (Cássio Magno) e a mãe, Maria dos Santos, D. Mariazinha, para dividir essa homenagem da Super Revista, pela sua trajetória de vida familiar, profissional e empresarial. Em papo descontraído, lá no chão da loja da Artêmia Pires, ela dividiu com seus familiares lembranças de memórias vividas, desde o início da sua vida, lá em Pé de Serra, até os dias atuais, em Feira de Santana, não deixando de reverenciar o seu pai, patriarca da família, Hildefonso Vitório dos Santos, e a sua mãe, D. Mariazinha. Ela também falou das empresas que dirige, das mulheres guerreiras e empoderadas, inclusive enaltecendo a Abase, pela eleição de Amanda Vasconcelos para a presidência da entidade. “Já vimos muito o toque feminino na gestão de Amanda”, ressaltou Eliana. O resultado de quase duas horas de entrevista, você, caro leitor, confere agora e também no nosso canal de YouTube Super Revistatv.

“O nosso pai, Hidelfonso Vitório, altamente visionário, colocou os filhos para aprender o seu ofício, como era na época…, ele criou a gente trabalhado dentro da nossa pequena mercearia”

Benneh Amorin – O que representa estar aqui hoje à frente da Rede São Roque, em Feira de Santana?

Eliana Santos – É um prazer estar aqui e poder mais uma vez compartilhar histórias contigo Benneh e, para falar do presente, voltarei ao passado; comecei a trabalhar com dez anos de idade, aliás, não só eu, como minhas irmãs também começamos aos 10, 11 e 12 anos. O nosso pai, Hidelfonso Vitório, altamente visionário, colocou os filhos para aprender o seu ofício, como era comum à época. Ele criou a gente trabalhando dentro da nossa pequena mercearia e fomos ali aprendendo a atender clientes, fazer conta na caneta, pesar mercadoria, e isso foi dando para nós uma experiência e nos envolvendo no comércio. E da história de criança, voltando para o hoje, viemos para Feira de Santana porque o sonho de meu pai também era ter uma empresa em Feira; trabalhamos com ele juntos alguns anos, e após alguns anos, abrimos nossa própria empresa. Hoje, é uma alegria e uma honra está numa empresa consolidada em distribuição, atuando em toda a Bahia e também em todo varejo com nossas lojas Atacadão São Roque aqui em Feira de Santana. A Rede tem lojas maravilhosas e a gente se sente feliz e honrados em prestar serviços aqui para a população e participar da comunidade feirense.

BA – Neste ambiente de harmonia e de alegria em família e que tinha o trabalho como referência, foi fundamental para que você e seus irmãos e irmãs pensassem em outras coisas, como seu próprio pai já fazia, pensando sempre à frente?

ES – É verdade, tem um filme feito aqui pela São Roque que conta a história do meu pai e minha mãe e que tem um depoimento que ele diz: “Um dia ainda quando criança, sonhava que iria ter uma venda grande e bonita. Esse sonho que era dele passou para a gente e aprendemos a sonhar juntos. E como começamos a trabalhar muito novas na empresa, fomos sonhando juntos e, Graças a Deus, realizamos esse sonho. Muita coisa ele presenciou e depois de alguns anos, ele faleceu, mas nós estamos aqui firmes e fortes crescendo com seus ensinamentos.

BA – Seu pai era um homem simples e que sempre gostava da roça, do chão dele!

ES – Sim, meu pai era um homem de multitarefas. Foi empresário, comerciante, político e prefeito. Ele tinha um sonho muito grande de ajudar a cidade, ajudar Pé de Serra. Ele falava isso. A minha avó paterna falava para mim, que ele dizia: “Um dia eu vou consertar essa cidade. Um dia eu vou ajudar Pé de Serra”. E ele conseguiu, foi um excelente prefeito e realizou muitas obras maravilhosas na cidade.  Então, é mais um orgulho para nós. Era muito simples, mas, também, muito determinado e corajoso, realizou muita coisa.  É realmente um exemplo para todos nós aqui.

BA – A vida de um comerciante não é somente flores. Manter um empreendimento como é a Rede São Roque, não é fácil. Quais foram as maiores dificuldades ao longo desses anos?

ES – Já foram tantas dificuldades que se fosse falar aqui não acabaria tão cedo. Já passamos por tudo.  Desde o início muito difícil e também de muita luta, mas a gente sempre foi vencendo tudo. Há alguns anos, uma das nossas lojas recém-inaugurada sofreu um grave incêndio e queimou praticamente toda. Considero esse um dos momentos mais difíceis da nossa trajetória empresarial. Imagine, a unidade tinha apenas vinte dias de inaugurada, uma loja muito linda, e houve esse grave incêndio, que foi um momento muito difícil, mas superamos.

BA – Qual foi o primeiro negócio da São Roque aqui em Feira de Santana? 

ES – Uma empresa fundada por meu pai, a Comercial de Estiva São Roque, que ficava em um prédio alugado na Rua Visconde do Rio Branco. A partir daí, após um tempo a gente conseguiu com muito trabalho comprar o nosso primeiro imóvel, que existe até hoje, o Atacadão São Roque, localizado na Rua Castro Alves.

BA – Vocês começaram exatamente no ramo de supermercado ou de secos e molhados de venda de balcão. Como foi esse início?

ES – Não, a gente começou com o antigo Comercial de Estivas vendendo produtos em grosso, a exemplo de cimento, farelo, açúcar, sal e arame farpado. Vendi muitos rolos de arames (risos). Nessa época tinha dois funcionários, apenas eu e mais outro e com o meu pai, éramos três funcionários.  E aí a gente fazia de tudo, comprava, vendia, tirava nota fiscal e recebia, fazia até a contabilidade, enfim, aprendi e fazia de tudo.

BA – Conta a história sobre a devolução do estanho?

ES – No início da trajetória do meu pai e da minha mãe, eles eram extremamente humildes. Sem capital, meu pai começou a mercearia em Pé de Serra, não existia talão de cheque naquela época. Ele veio aqui para Feira de Santana e, através de um outro amigo de Pé de Serra, conseguiu crédito com um comerciante aqui de Feira, o senhor Yoyô Falcão, que é muito conhecido e foi um dos precursores aqui de Feira de Santana. Meu pai muito honesto, em determinado momento comprou chumbo, aquele chumbo que vendia para botar em espingarda, que no interior vendia muito. Ele comprou saquinhos de chumbo na loja de senhor Yoyô e, na hora de entregar, os funcionários erraram e entregaram estanho. E o estanho naquela época era um metal muito precioso e caríssimo. Quando o meu pai percebeu que era estanho, trouxe para devolver para o Seu Yoyô e, a partir daí, começou uma amizade muito grande com Seu Yoyô Falcão, meu pai passou a ter crédito e conquistou a confiança. Assim, a amizade cresceu mais ainda e também a possibilidade de ter crédito e de vender. Seu Yoyô foi também um dos grandes incentivadores do meu pai e essa história marcou muito todos nós, como exemplo de como é bom ser honesto e trabalhar corretamente. Ele sempre me contava essa história, que me marcou muito. Inclusive, a primeira caminhoneta que meu pai comprou, Seu Yoyô insistiu e ele não tinha dinheiro para comprar e meu pai pagou parcelado, aos pedaços diante dessa amizade.

BA – Quando surgiu o primeiro supermercado?

ES – Quando começou a surgir os modelos cash & carry e vieram grandes redes para se instalar em Feira de Santana isso preocupou a gente. Resolvemos também abrir uma loja no modelo cash & carry e foi a nossa primeira unidade atacado e varejo, que é a loja Castro Alves. Um dos motivos foi esse, a gente queria também enfrentar a concorrência e ter a nossa opção de atacado e varejo e abrimos o Atacadão São Roque, da Rua Castro Alves. Existe até hoje e continua nesse formato atacado e varejo e, alguns anos depois, abrimos a loja da Santa Mônica, que aconteceu o incêndio 20 dias após de inaugurada.

BA – Na área de distribuição, a Rede São Roque é uma das referências de distribuição do Estado da Bahia. Como está a área de distribuição atualmente?

ES – Quando abrimos a loja Castro Alves também resolvemos colocar vendedores externos para alcançar outro público e, aí começou, colocamos os primeiros vendedores; abrimos a primeira na praça de Feira de Santana com vendedores e contratamos Maurício, que é o nosso primeiro vendedor e ainda trabalha com a gente até hoje. Fomos contratando vendedores, abrimos a praça de Ipirá, aqui pertinho de Feira e foi muito legal, também fomos bem acolhidos e começamos a vender bem. Eu, Cláudia e Roque às vezes virávamos as noites carregando esse caminhão para Ipirá, tirando nota fiscal na mão, não existia computador nessa época. Foi expandindo e fomos investindo em mais vendedores nas regiões da Bahia. Hoje, a gente atua como distribuidor exclusivo de várias marcas conceituadas e temos também muito orgulho dessa diversificação do nosso negócio, trabalhamos hoje com o varejo, distribuição e atacado. Temos equipes diferenciadas para cada modelo de atacado, onde é mais generalista e vende de tudo; temos uma equipe antiga que está com a gente há muitos anos, vendedores de 20 e 30 anos trabalhando com a gente e temos ainda o modelo de distribuições exclusivas das principais indústrias.  Somos distribuidor exclusivo hoje da L’oréal Bahia, da Colgate em algumas regiões, da Unilever e da Bombril, enfim, essa outra divisão de distribuição está bem graças a Deus, crescendo e expandindo.

BA – Quanto a investimentos na área de tecnologia, como a Rede São Roque vem trabalhando?

ES – É uma longa história. Vou lhe dar uma informação e não sei se você já sabe. Há mais ou menos 20 anos, nós da São Roque fomos a primeira empresa da Bahia a implementar o sistema Palmtop, foi um diferencial nosso; participei de uma feira em São Paulo e aí fiquei empolgada com essa tecnologia: o vendedor poderia mandar o pedido sem precisar mais passar o Fax.  Investimos nisso e foi muito legal, avançamos nesse sentido e passamos a ser a primeira empresa com Palmtop na Bahia. Antes, eu tirava tantas notas na mão que eu tinha um calo no dedo (risos), passava noites tirando notas, mas foi legal esse tempo, tudo é válido e a gente foi aprendendo muito com tudo isso.  Há alguns anos também eu e Roque fizemos uma VTI, uma viagem técnica internacional, fomos aos Estados Unidos e conhecemos grandes distribuidores junto com a Abad, a Associação Brasileira de Atacadistas. Nessa viagem, conhecemos também grandes Centros de Distribuição, grandes cases nos EUA. E voltamos com a consciência de que era necessário ter uma boa logística e foi quando se começou a falar em logística no segmento, até então se falava somente em transporte, mas não como conceito de logística, onde tudo pudesse acontecer sincronizadamente e rapidamente. Depois fizemos o CD do Tomba, em Feira, contratamos uma empresa, fizemos a paletização e as esteiras e passamos a trabalhar de uma forma mais tecnológica, em termos de logística; foi um outro avanço da nossa empresa e assim ganhamos tempo e agilidade, passamos a ter carregamento no turno e nosso CD hoje funciona praticamente 24 horas. E aí a coisa andou, com muito investimento e muito trabalho. Roque passou a ser diretor de logística e a cuidar muito dessa área e a gente foi avançando. Não foi uma coisa assim da noite para o dia. Foi muito trabalho e muitos anos para conseguir ter essa logística integrada e entregar na Bahia toda em tempo hábil.  Isso também fortaleceu o nosso trabalho com os clientes porque eles gostam muito de uma entrega rápida. Atualmente, Cássio, o meu sobrinho, é diretor comercial de distribuição e vem fazendo um bom trabalho e temos cada vez mais buscado essas tecnologias. Temos um site de venda com algumas indústrias que também é uma inovação, porque elas já têm seus próprios sites e a gente trabalha integrado com elas, é o caso da Unilever. Um modelo onde o cliente compra pelo site da Unilever mas todo o trabalho é efetuado por nós da São Roque. Ou seja, temos investido e continuamos investindo em tecnologia, que é o presente e futuro.  E agora temos a Inteligência Artificial, que já é outra etapa.

BA – Qual a importância dos fornecedores no negócio do Grupo São Roque?

ES – O fornecedor é um dos pilares da empresa. Sem fornecedor não tem empresa, porque é justamente a gente que distribui ao longo dos anos. Com o perfil do nosso pai de honestidade e de trabalho sério, a gente foi construindo relacionamentos de longo prazo com os nossos fornecedores, eles são um dos pilares e, claro, sem eles não teria nem o que vender.  Mas uma das bases é a honestidade, um financeiro organizado e pagar os fornecedores é a nossa prioridade, fazer essa gestão financeira bem feita e essa parceria com eles mesmos porque eles investem, trazem as inovações, novidades e confiam muito na gente.  Sentimos muito honrados em ter parcerias tão fortes no mercado, onde ter crédito é tão importante, são volumes e valores altos. Essa parceria com os fornecedores é uma das bases para o sucesso da São Roque.

BA – Quantos empregos são gerados pelo Grupo São Roque atualmente?

ES – Chegamos a 900 funcionários e mais uma equipe de venda externa de representantes comerciais em torno de 200 colaboradores diretos. Ou seja, hoje temos 1.100 mil famílias que estão ligadas à nossa empresa. É uma honra pra gente, pessoas que chegam novas e ficam, são parceiras e que estão com a gente há mais de 20 e 30 anos.

BA – Como é ser eleita Mulher Guerreira e Empresária de Feira de Santana. O que é que você tem a dizer sobre esse reconhecimento?

ES – Sou uma mulher meio tímida, mas me sinto guerreira mesmo. Agradeço por ter sido indicada para receber esse prêmio e digo que a mulher já nasce guerreira. Imagine as multitarefas que a mulher tem que desempenhar, acredito que deveria dar um troféu para todas e não somente para mim. Agradeço pelo reconhecimento e me sinto representando as mulheres da minha família e outras tantas que eu convivo todos os dias. É bom também ser guerreira e ao mesmo tempo é muito complicado, é muita correria e muito trabalho, mas o fato de ser desafiada nos faz crescer, enquanto os homens ficaram meio acomodados. As mulheres nesse desafio constante de filhos, casa, trabalho, cuidados para andar bonitas e arrumadas, acho até um pouco de injustiça. A mulher é muito pressionada e cobrada, mas tem o lado positivo porque dessa cobrança toda estamos nós aqui, mulheres, evoluindo, crescendo e dando conta cada dia mais das atribuições, buscando capacitação e o seu espaço em todos lugares.

BA – Você se sente feliz em ser uma líder, não só de mulheres mas de homens numa empresa com mais de mil pessoas?

ES – Eu me sinto desafiada todos os dias. Fico feliz sim, porque graças a Deus a minha empresa está conseguindo junto com a minha equipe e com toda a família crescer e se consolidar. Mas sinto constantemente que eu preciso evoluir. Eu me cobro muito, sinto que preciso dar mais e aprender mais porque é um grande desafio mesmo. E os homens, alguns, nem todos, são machistas e a mulher acaba tendo que entregar mais, provar mais, e muitas vezes ser até menos reconhecida, mas me sinto tranquila em relação a isso. Acho que eu procuro fazer o melhor sempre.

BA – E neste caso, tem que ser mais durona ou meio termo. Como é a sua maneira de liderar?

ES – Benneh, você está me apertando demais (risos).  Acho que as duas coisas. Tem hora que tem que ser durona, comigo tem esse negócio de moleza não. Se der moleza demais a coisa não anda não. Muita gente fala que eu sou durona, eu não acho, mas é uma busca de equilibrar os lados. Em alguns momentos exigir o que tem que ser exigido, em outros dá uma adocicada, uma suavizada, porque, afinal, ser mulher é isso. Acredito que a mulher não deve liderar querendo ser homem, a gente tem que liderar sendo mulher e como mulher conseguir os seus objetivos.

BA – A Abase deu um primeiro passo para eleger uma mulher para a presidência e o Grupo São Roque está indo nas duas vertentes, como distribuidora, na Asdab, que é Associação de Distribuidores de Atacadistas da Bahia e, também, na Abase, como supermercadista. Quando é que você vai pleitear em ser uma presidente de uma destas entidades?

ES – Sem tempo agora. Já fui convidada para ser presidente da Asdab e no momento não era possível porque além de tudo isso, sou mãe e minha prioridade era minha filha, mas futuramente quem sabe. Parabéns para Amanda Vasconcelos, é uma vitória das mulheres ter Amanda como presidente da Abase. Finalmente, agora, uma mulher na presidência da Abase, e estou aqui para ajudá-la no que precisar.  E desejo sim, presidir uma associação, mas lá para frente, agora eu ainda tenho muito trabalho por aqui.

BA – Como gestora de um empreendimento como o Grupo São Roque, de sucesso e êxito total, é interessante ter mulheres à frente de associações e/ou sindicatos participando e contribuindo?

ES – Claro, a mulher pode tudo, é só querer e ter uma agenda para se organizar, porque a mulher não faz nada pela metade. Você sabe, que se a mulher assumir, vai se entregar e vai se dedicar. Então, esse equilíbrio para assumir qualquer função ele deve ser buscado em relação a poder fazer isso da forma correta, com dedicação, e fazer bem feito. A Superbahia desse ano, que a Amanda organizou, para mim foi uma das melhores, e já percebi um toque feminino. Se você assume um cargo em um sindicato ou associação, você está dando uma contribuição para a sociedade para que o segmento se desenvolva. Meu irmão já foi presidente da Asdab e fez um excelente trabalho, dando uma boa contribuição. Ajudei ele no que pude ajudar nos bastidores e, é isso, esses cargos devem ser olhados dessa forma como uma maneira de contribuir.

BA – Seu pai foi um político e a veia política está presente na empresária Eliana Santos?

ES – Não. Mas tem mulher na família que tem essa veia política, é o caso da minha irmã Joana, que é política, já foi vereadora e continua militando. Tenho uma coisa para dizer do meu pai aqui que acho muito importante. Meu pai, além de um empresário, político e visionário, ele era feminista. Um homem feminista há 40 anos era difícil e digo isso porque ele nunca nos tratou diferente de um filho homem e nunca nos diminuiu. Minha mãe também sempre foi a favor que as filhas tinham que trabalhar, produzir, ser profissional, estudar e fazer sucesso, enquanto, existiam pais que defendiam que as filhas deveriam casar e ter filhos.

BA – Qual a mensagem que você transmite aqui sobre a sua ascensão à frente da empresa e sobre o real valor da família para o fortalecimento dos laços afetivos e desenvolvimento da empresa?

ES – Diante de tudo que já foi dito aqui, que é bem realmente um relato da história da nossa família, só gratidão a meu pai. Uma gratidão muito grande porque ele sempre confiou em mim, mesmo novinha, com 17 anos, ele já confiava em entregar a empresa e sair. Nem sei de onde ele tirou essa confiança toda, mas confiava e isso acho que é fundamental, é a confiança. E eu procurei sempre corresponder para ele. Só gratidão, amor, saudade. Para minha mãe também uma gratidão muito grande. Aprendi muito com os dois e tive a alegria de também ser filha desse casal e essa mistura dos dois que foi fundamental. Como Carla falou aqui, um equilíbrio entre meu pai, que era durão, mas minha mãe ali também mais suave, mais leve. Tantos momentos difíceis, mas também tão felizes, que passamos esses anos todos e dizer que é muito amor e muita gratidão. Tenho uma filha, Lilian Vitória, maravilhosa, uma menina obediente. Acho até parecida comigo, estudiosa, quietinha, na dela, mas é uma bênção de Deus na minha vida. É a razão para eu querer continuar trabalhando e me aperfeiçoando, melhorando. Os filhos são essa razão que a gente precisa para ser exemplo, para ser melhor cada dia. Então ela é isso para mim, é minha razão de ser o que eu sou e continuar melhorando.