Emprésario Carlos Colombo quer conquistar o Brasil com o lava roupa Ápyce
Carlos Colombo Filho, fundador e proprietário da Ápyce Brasil, há mais de 40 anos no mercado de limpeza, concedeu entrevista exclusiva ao jornalista Benneh Amorin, diretor da Super Revista Abase. Na oportunidade, juntamente com o diretor comercial, Ivair Souza, e os representantes comerciais do produto aqui na Bahia, Lídio Neto Milazzo e Bené Couto, falou de sua trajetória e como surgiu o Sabão Lava Louças Ápyce. Sua história, entretanto, no ramo químico se iniciou muito antes da criação da marca. Ele começou em 1974, como representante comercial, viajou por todo o Brasil, Bolívia e Paraguai vendendo e divulgando os produtos da empresa em que trabalhava, que não lhe deixava satisfeito. Em 1980, percebeu que poderia fazer muito mais por esse ramo e montou seu próprio negócio, juntamente com a esposa Rosane, em Campinas, no interior de São Paulo, desenvolvendo produtos de limpeza domissanitários, como amaciantes, detergentes e diversos outros itens para a limpeza de residências. A empresa evoluiu e ao passar dez anos ingressou no ramo de cosméticos, produzindo shampoos, condicionadores, cremes para pele e acetona. Em 2005, decidiram focar na área de perfumaria, conciliando durante três anos, essa área com a elaboração e aperfeiçoamento de uma fórmula de sabão em pó, chegando ao que tanto desejava em 2008, através de um processo mais simples, econômico e consumindo menos energia, mas mantendo uma altíssima qualidade. Foi assim que nasceu o Sabão em Pó Ápyce, com proposta pioneira, inovadora e fórmula exclusiva. O resultado é um produto de qualidade, com baixo custo de fabricação, que vem conquistando boa aceitação no mercado, especialmente nas regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além de Manaus, no Amazonas, e com incursões em alguns países do Mercosul, como Paraguai e Bolívia. A Ápyce se prepara agora para alçar voos maiores na conquista do Nordeste, começando pela Bahia.
Benneh Amorin – Carlos, eu sei que você, assim como os meninos aqui, foi representante comercial. E como empreendedor nato, juntamente com a esposa Rosane, abriu a Ápyce aí em Campinas. Me conte um pouco dessa história.
Carlos Colombo – Na verdade, todo mundo tem sonhos e objetivos. E eu, em 1974, iniciei com representante comercial. Trabalhei até 1980 vendendo para uma empresa de Campinas e também empresas do Rio de Janeiro e de Joinville, Santa Catarina. Mas o produto não me convencia. Não havia reposição. Foi quando me veio a ideia de fazer um produto que convencesse o cliente, o qual eu poderia voltar 30 dias depois e vender novamente. Então em 1980 eu abri a primeira empresa na cidade de Campinas e comecei a produzir toda a linha de produtos de limpeza, como amaciante de roupa, lava louça, desinfetante. Menos o sabão em pó. Os ano se passaram, tivemos êxito com o negócio e depois de vários anos surgiu uma proposta para que eu também produzisse a linha cosmética. Então trabalhamos com shampoo, condicionadores de cabelo, creme para a pele. Passaram-se mais alguns anos e também tivemos a oportunidade de trabalhar com a linha automotiva. Desde álcool para carro, silicone, cera automotiva, enfim, tudo o que envolve a lavagem, higienização e a beleza do veículo. E há 15 anos eu comecei a reparar que na região de Campinas, em um raio de 50 quilômetros, havia 50 empresas fazendo a mesma coisa. Foi então que eu tive a ideia de fabricar sabão em pó. Nós fomos os pioneiros na nossa região a produzir essa linha, como empresa de pequeno porte. Então avaliamos o mercado e as necessidades dos clientes. Avaliamos também o investimento e aí eu trabalhei três anos na fórmula e assim que eu me senti seguro em começar a produzir sabão em pó montamos a indústria direcionada para o produto. Criamos a fórmula e o processo também que foi simplificado, baixando o custo e viabilizando a capacidade de produzir. Criamos um sistema próprio, uma maneira de produzir o sabão, com todo o cuidado logicamente de ter um produto de qualidade, aceito no mercado e com um custo baixo. Com velocidade de produção e uma equipe enxuta. Até então a nossa produção era direcionada 70% para marcas próprias. Quando entendi que a nossa marca tinha que aparecer no mercado, pois isso é que iria de alguma forma segurar e garantir a nossa empresa, foi quando decidi focar mais na nossa marca, de quatro anos para cá, com a entrada do diretor comercial Ivair Souza, quando decidimos montar uma equipe externa em nível nacional – hoje temos 110 representantes no Brasil. Hoje, embora continuemos atendendo as marcas próprias, porque nós dependemos de vendas, produzimos no máximo 20% para marcas de terceiros e 80% a nossa marca. Conseguimos realmente mudar o jogo e isso crescendo com quem já está com a gente com a marca própria e com a Ápyce despontando pela velocidade do negócio. Então o propósito hoje é trabalhar preço, pois o que convence o cliente final é o preço justo. O cliente que nós buscamos é o que leve o produto, fique satisfeito e volte a comprar a nossa marca com toda a segurança. Então paga-se um preço justo por um produto que realmente surpreende lá na ponta com a qualidade que a gente oferta. Quando se fala em ganhar dinheiro a gente aposta em tudo isso mostrando quem somos nós e porque estamos aqui. A gente não está de brincadeira e usa cada minuto do nosso tempo a favor do cliente, a favor de quem consome o produto. E dessa forma a gente tem uma equipe bem formada, em uma estrutura familiar. Eu trato todo mundo como se fossem meus filhos. Porque eu sozinho não sou nada. Eu dependo deles. Pois eu sempre digo que por trás de qualquer empresa tem seres humanos. Eu vejo que todos nós temos que crescer juntos, pois se tem uma coisa que eu entendi muito cedo é dividir. É dividindo que eu somo. Se eu quiser tudo pra mim logicamente eu estou fora do mercado. Para isso eu preciso de pessoas capacitadas.
BA – Acontece que quando o trabalho é bem feito no ponto de venda o resultado chega. E o nome de um produto talvez seja a coisa mais difícil de se dar. Como surgiu esse nome Ápyce?
CC – Três anos antes de iniciar o negócio de 15 anos, quando você fala na empresa Ápyce, a gente iniciou um trabalho com linha de perfumes contratipos inspirados nos importados. Fabricamos perfumes como Azzaro, Ferrari Black, com 99,9% igual ao original, com preço 70% mais barato que o original. Eram produtos direcionados a pessoas humildes para que pudessem usar essas marcas a preços mais acessíveis. E quando desenvolvemos esse trabalho tínhamos que ter um nome. E a minha esposa desenvolveu um trabalho muito dedicado de pesquisa, até que achou o nome Ápyce. E o que significa Ápyce? No topo, no auge, todos os sonhos, o limite que a gente deve chegar. Não podia ser outro nome, pois a nossa realidade no dia a dia enxerga dessa forma. A gente enxerga praticamente sem o limite. Então não tem como dar errado, tudo aquilo que a gente planeja conquista na prática. Com muito trabalho, luta, dedicação e tudo o mais. Pois na vida tudo tem um preço, e o que eu espero de cada contribuinte, de cada pessoa que acredita em mim, é que enxergue da mesma forma e faça até melhor, sem olhar para os lados e sim olhar para a frente, sempre. É só lembrar de onde veio e aonde quer chegar. Essa é minha filosofia de vida .
BA – Me fale dessa sua trajetória de empresário. As dificuldades e desafios que você enfrentou ao longo do tempo para chegar a esse nível de excelência que sobressai com osprodutos Ápyce.
CC – Eu acho que o maior desafio, eu falo na vida mesmo, é você ter um sonho, acreditar nesse sonho, e, ao procurar desenvolver alguma coisa na qual você acredita
pro seu futuro, pro seu bem, pra sua garantia devida, você olha para o lado e de repente não vê ninguém que possa apoiar, acreditar, apostar. E às vezes até criticando aquilo como uma loucura, um sonho muito distante. O maior desafio é esse. E quando eu falo em venda, é porque todos nós dependemos dela. Sem venda a gente não apaga a luz pra dormir. O grande desafio é esse: a confiança; os negócios só acontecem quando existe a confiança. Pela minha experiência de vida dá para perceber quem realmente acredita e confia e quem não acredita nem confia. A perenidade de um relacionamento está na confiança. O primeiro passo é olhar olho no olho e ver quem realmente merece o nosso produto. Por que uma coisa é você escolher e outra coisa é você ser escolhido. E o posicionamento da Ápyce nesse momento é o seguinte: ela não pode ser escolhida mais, já passamos por essa fase; então essa virada de jogo e tudo o mais é para que a gente possa determinar quem realmente merece estar conosco. Sempre digo que devemos sempre nos espelhar no melhor. Tenho certeza que a vida é isso: temos que olhar sim, as dificuldades, mas nunca olhar para elas como algo que você jamais vai superar. Eu nunca coloco dentro de meu cotidiano essa palavra: dificuldade. E sim, que há solução para tudo. Então, em vez de olhar a dificuldade eu foco na solução para aquilo. Eu vejo tudo com muita facilidade, desde que tenhamos respeito pelo que já conquistamos, porque quando você não tem nada, você não tem nada a perder. Mas a partir do momento em que você consegue conquistar alguma coisa a maior preocupação é com aquilo que você tem. Esse é o cuidado maior. Não adianta ganhar hoje e perder amanhã. Eu ganhei hoje, guardei e amanhã vou ganhar mais um pouco e vou guardar, e assim a gente cresce. Se a gente não tiver o cuidado e o respeito por tudo aquilo que já foi conquistado jamais se chega a lugar nenhum, porque você vai sempre estar olhando para trás e vendo tudo aquilo se perdendo. Portanto, tem que olhar tudo com olho clínico, muito carinho, atenção com cada detalhe é importantíssimo.
BA – Você falou que não faz nada sozinho. Quanto mais você cresce a responsabilidade aumenta. Não só para sua família, mas para todas as famílias que estão agregadas ao projeto
.CC – Hoje a gente tem uma responsabilidade com no mínimo 500 pessoas. E o propósito da Ápyce é a cada dia trazer mais conforto, tranquilidade e segurança para o futuro, pois todos nós devemos saber onde iremos chegar amanhã. Então a meta da empresa para 2023 é crescer 100% em cima dos clientes que a gente já tinha, fora o que a gente está buscando. Crescemos 103% no ano passado, no ano retrasado 75%, e a gente vem nessa velocidade, de uma forma muito humilde. A gente utiliza apenas recursos próprios, não depende de governo nem de banco e tudo o mais. Sou muito criterioso, pé no chão, cuidadoso. Para poder levar algo adiante, independente do marketing, tem que me convencer. O primeiro consumidor tem que ser eu. Antes de lançar um produto eu primeiro experimento. Levo pra casa, lavo roupa, faço o teste. Porque laboratório é uma coisa e a prática é outra.
BA – Carlos, o que é que você tem de projetos aí para o futuro?
CC – Tem que ser passo a passo. Hoje, eu tenho 15 fórmulas, no mínimo, criadas por mim, que com certeza seriam sucesso no ponto de venda e tudo o mais. Mas o cuidado nesse momento é fazer o passo a passo. O sabão em pó Ápyce ficou bacana, o cliente comprou, já está tudo alinhadinho, afirmado, aí sim, se lança mais um produto. A gente tem mais um projeto para esse ano, já antecipando, um amaciante de roupa, para trazer ao público A com um preço agressivo. É para quem compra as outras grandes marcas olhar para o nosso produto e ver um produto com excelência, de qualidade e preço. E para aquele consumidor que tem limitações aquisitivas para poder alcançar um produto A por conta do valor conseguir alcançar o nosso no meio da régua e levar para casa e constatar que vale muito mais a pena esse produto do que o que ele está comprando atualmente, ou seja, esquecendo primeiro o preço mas trazendo o público C e D buscando o nosso produto e a classe A também olhando de cima pra baixo, vendo a possibilidade de levar o melhor pelo menor preço. É qualidade e preço justo. Esse é o nosso lema.
BA – Você tem que ter qualidade, preço justo e que remunere a indústria, consumidores e toda a cadeia em que vocês estão inseridos. Essa é a filosofia, não é Carlos?
CC – Sim. Eu sempre faço a conta de cima para baixo. Então eu coloco o consumidor acima de nós todos. Com respeito a ele eu tenho que trabalhar tudo isso para ele, pois ele que é o meu patrão. Então eu trabalho pra ele. Se não for do contento dele, não tem mágica. Essa é a minha filosofia em nível de visão comercial: o cliente manda. A partir dele é que vem o restante, equipe de vendas, compradores, as lojas, então eu tenho que fazer toda essa matemática de cima para baixo e não de baixo para cima. É um trabalho de formiguinha mesmo. Nesse contexto, o importante não é a velocidade e sim a determinação. É através do resultado que as coisas realmente fluem e evoluem.
BA – Gostaria que você mandasse uma mensagem da Ápyce aqui para o mercado baiano.
CC – O povo baiano é muito inteligente. Eu me surpreendi nessa primeira viagem que fiz a Salvador com o posicionamento do povo baiano. E isso acontece porque o baiano é muito sério e responsável no que faz. Conheci aí pessoas de alto nível, independente da classe social, e só tenho que agradecer a confiança de todos aí, porque nós aqui vamos fazer de tudo e mais um pouco para que a cada dia o povo baiano se sinta confortável com o nosso produto, com a nossa empresa, com o nosso negócio. Com todo carinho e respeito. Agradeço demais a confiança em mim depositada e a oportunidade de conhecer pessoas como você. Estou vendo que temos muito a fazer juntos, porque eu procuro não só me aproximar como me espelhar em pessoas do bem. Ápyce, como o nome diz, é sinônimo de perenidade. E nós temos muito o que fazer e crescer no Nordeste.